sábado, 25 de dezembro de 2010

Diversidade de tradições da mesma festa de Natal

É o convívio com a família, amigos e vizinhos, são tradições familiares, são ritos e outras razões que já se perderam no tempo que estão na origem do rol de usos e costumes da época natalícia portuguesa, que se estendem de Norte a Sul, ilhas inclusive.

Em Santa Maria da Feira, por exemplo, há famílias que fazem a ceia de Natal no dia 25. Eclético, pode parecer, mas simples: antigamente, os empregados dos donos das terras tinham que os servir no dia 24, sobrando a noite de 25 para fazerem a sua consoada. Os sucessores limitaram-se a manter a tradição.

Tradição é, ainda, na cidade de Braga, passar pela Casa das Bananas e levar no estômago para a ceia moscatel e bananas. No Alto Minho, pensava-se que os anjos viriam saborear as delícias natalícias e, por isso, ainda é deixado um lugar à mesa durante a noite. Em Trás-os-Montes, a mesa também ainda é deixada posta porque se acredita que os familiares falecidos matam saudades dos doces de Natal.

Naquela região, por estes dias, os jovens mancebos saem à rua mascarados, percorrendo aldeias com brincadeiras e tropelias. E porquê? Supõe-se que se trata da herança de um rito da passagem da adolescência à idade adulta.

Madeiros

Em muitas regiões do país a época é marcada, ainda, pela imagem da comunidade em torno dos madeiros ou lenhos. São grandes fogueiras acendidas nas praças principais ou no adro da igreja na véspera de Natal.

Reza a história que serviam para aquecer o Menino Jesus nas palhas. Em muitas aldeias, as fogueiras eram mantidas acesas ininterruptamente até ao Dia de Reis. Actualmente, a tradição ainda se mantém no interior, em vilas e aldeias da Beira e de Trás-os-Montes (como Alijó), em Óbidos ou algumas vilas e cidades alentejanas.

Esse Alentejo que, por razões históricas, é o mais descristianizado das regiões portuguesas, é onde a religiosidade se manifesta de forma elevada. Na época de Natal, canta-se ao Deus menino nas "palhas deitado", havendo ainda casos de presépios vivos e a representação de autos de Natal.

Adriana Silveira

2 comentários:

  1. Cada localidade tem uma tradição, e acho que todas elas são maravilhosas, pois são coisas únicas, e isso é o melhor que cada localidade pode ter.

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