sábado, 25 de dezembro de 2010

Diversidade de tradições da mesma festa de Natal

É o convívio com a família, amigos e vizinhos, são tradições familiares, são ritos e outras razões que já se perderam no tempo que estão na origem do rol de usos e costumes da época natalícia portuguesa, que se estendem de Norte a Sul, ilhas inclusive.

Em Santa Maria da Feira, por exemplo, há famílias que fazem a ceia de Natal no dia 25. Eclético, pode parecer, mas simples: antigamente, os empregados dos donos das terras tinham que os servir no dia 24, sobrando a noite de 25 para fazerem a sua consoada. Os sucessores limitaram-se a manter a tradição.

Tradição é, ainda, na cidade de Braga, passar pela Casa das Bananas e levar no estômago para a ceia moscatel e bananas. No Alto Minho, pensava-se que os anjos viriam saborear as delícias natalícias e, por isso, ainda é deixado um lugar à mesa durante a noite. Em Trás-os-Montes, a mesa também ainda é deixada posta porque se acredita que os familiares falecidos matam saudades dos doces de Natal.

Naquela região, por estes dias, os jovens mancebos saem à rua mascarados, percorrendo aldeias com brincadeiras e tropelias. E porquê? Supõe-se que se trata da herança de um rito da passagem da adolescência à idade adulta.

Madeiros

Em muitas regiões do país a época é marcada, ainda, pela imagem da comunidade em torno dos madeiros ou lenhos. São grandes fogueiras acendidas nas praças principais ou no adro da igreja na véspera de Natal.

Reza a história que serviam para aquecer o Menino Jesus nas palhas. Em muitas aldeias, as fogueiras eram mantidas acesas ininterruptamente até ao Dia de Reis. Actualmente, a tradição ainda se mantém no interior, em vilas e aldeias da Beira e de Trás-os-Montes (como Alijó), em Óbidos ou algumas vilas e cidades alentejanas.

Esse Alentejo que, por razões históricas, é o mais descristianizado das regiões portuguesas, é onde a religiosidade se manifesta de forma elevada. Na época de Natal, canta-se ao Deus menino nas "palhas deitado", havendo ainda casos de presépios vivos e a representação de autos de Natal.

Adriana Silveira

sábado, 18 de dezembro de 2010

"Quando fica frio, lembram-se de nós"


Dois graus. As ruas da cidade estão desertas. O frio gélido retém as pessoas no conforto do lar. Contudo, para muitos, o lar é o umbral de uma loja, os caixotes de cartão espalmados que servem de paredes e tecto. E os cobertores. E a sopa quente que almas caridosas não páram de distribuir. Quando o sol nasce, a miséria recolhe e desaparece. A cidade renasce como se nada tivesse acontecido.

Já passa da meia-noite. O termómetro aproxima-se dos zero graus. A meteorologia prevê que o frio seja ainda mais frio. António - foi esse o nome que escolheu para falar com os jornalistas - recebe, de pé, a sopa quente e o pão que jovens voluntários distribuem, toda a noite, aos sem-abrigo do Porto. Aos pés, tem o seu lar, novo de há cerca de três meses: caixotes de cartão devidamente espalmados e colocados, que servem de chão, de paredes e, por fim, de tecto.

A "desgraça" começou, anos atrás, com o divórcio. Uma família destroçada. Filhos? "Sim, devo ter por aí, talvez com 19 e 22 anos". Depois, veio a doença nas pernas. Hoje, com 300 euros de subsídio social de desemprego, ao ex-electricista, de 53 anos, resta o umbral de uma loja de pronto-a-vestir de "Santa Catarina".

"Não, frio não tenho", assegura, enrolado em cobertores. Reconhece a miséria de vida que lhe calhou na rifa. Mostra três sopas, entregues por três equipas de voluntários. "Quando fica muito frio, todos se lembram de nós", atira, com um não-sei-quê de sarcasmo. Procura manter os prazeres de outros tempos. De manhã, recolhe os parcos pertences e vai para a Biblioteca Municipal. Lê a Imprensa do dia, de manhã. À tarde, depois de comer uma sopa, ali regressa para ler livros. À noite, no seu "lar", usa uma lanterna para ler "A Sibila", de Agustina.

Não longe dali, na Rua Dr. Alves da Veiga, o recuado de um prédio alberga José Manuel Rodrigues, 48 anos, e Joaquim Costa, 53 anos. O "lar" de ambos também é feito de cartões e cobertores. "Não, frio não temos", asseguram. Ambos desempregados, preferiam estar num albergue. "Já lá fomos, não há lugar, estão cheios". Joaquim Costa queixa-se dos cortes nos apoios dados aos sem-abrigo. "Agora, só com o rendimento mínimo, não dá para alugar um quarto numa pensão. E vai haver cada vez mais gente a vir dormir para a rua", avisa.

António Ferreira, 54 anos, "contentou-se" com o vão da entrada de uma garagem nas traseiras do Mercado do Bom Sucesso. Já correu os albergues. "Não há vaga", lamenta. Enrolado em cobertores, assegura que já não sente o frio. Recebe a sopa das mãos dos voluntários da organização "Altruístas", um grupo de 35 jovens, todos amigos, com idades compreendidas entre os 21 e os 23 anos. Pedro Ferreira, 36 anos, dorme numa espécie de arcada em "Júlio Dinis". Diz que ali está bem protegido do frio e da chuva. A toxicodependência traiu-o. "É triste, mas não tenho vergonha de viver na rua

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

"Supermercados do país ainda sem açúcar"


Ainda não há açúcar nas prateleiras dos supermercados da cidade do Porto. Os clientes continuam à procura, e em todos os lugares fazem a mesma pergunta: "Quando voltam a ter açúcar?"

Depois de uma visita a quatro supermercados da cidade, esta tarde, ainda não havia um único quilo de açúcar.

No Mini Preço de Campo Lindo, os funcionários admitiam que talvez na quarta-feira já tivessem para venda, enquanto que no Pingo Doce da Avenida da Boavista e no Modelo da Marginal a perspectiva era receberem um novo carregamento amanhã (terça-feira).

Mais animadora foi a resposta no Lidl de Arca d'Água, onde um funcionário apontava para um novo reabastecimento ainda esta tarde.

Apesar de já não haver açúcar para venda nos supermercados desde sábado, a verdade é que os clientes continuam à procura, e em todos os lugares fazem a mesma pergunta: "Quando voltam a ter açúcar?".

Adriana Silveira

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Um terço das portuguesas são ou já foram assediadas sexualmente,

Uma em cada três mulheres portuguesas é vítima de assédio sexual, denuncia a associação União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) com base num estudo da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego.








A maioria dos casos ocorre no local de trabalho e aí sobe para 40 por cento a percentagem de mulheres que são ou já foram assediadas sexualmente. A falta de estruturas de apoio às vítimas e a inexistência de leis orientadas para o problema são questões cuja alteração é urgente, defende Maria José Magalhães, presidente da UMAR. A associação lança hoje em Lisboa uma campanha que visa informar e sensibilizar a população para esta temática, que até aqui tem sido "pouco trabalhada" em Portugal.

O assédio sexual consiste em "perseguições" e "comportamentos de carácter sexual não consentidos pela pessoa alvo das investidas" e "pode ocorrer no trabalho, no espaço público e na rua", explica Maria José Magalhães. Em 2009, ainda segundo a UMAR, foram instaurados 300 processos disciplinares por assédio sexual no conjunto das empresas portuguesas. Mas os números não serão um reflexo da realidade - a maioria dos casos não chega sequer a ser reportada pelas vítimas. "Se apresentarem denúncia ou queixa, ficam com o seu lugar de trabalho em risco", justifica a presidente desta ONG vocacionada para a defesa dos direitos das mulheres.

Um ano de norte a sul

Com a campanha que a UMAR vai desenvolver ao longo de um ano, pretende-se levar as vítimas ou possíveis futuras vítimas de assédio a compreender a importância de denunciar as situações. "Vamos informar sobre a legislação e levantar o véu sobre este problema", diz Maria José Magalhães. Acções de sensibilização serão desenvolvidas em cidades de norte a sul do país e também nas ilhas.

"Em parceria com as associações locais, como escolas, associações culturais e desportivas, vamos desenvolver debates, tertúlias e passar filmes", explica a presidente da UMAR. Serão também organizados espectáculos para "questionar mentalidades" e lançar-se-ão dois inquéritos com o objectivo de verificar a verdadeira dimensão do problema no país.

"Não existe nada", sublinha Maria José Magalhães, referindo-se a estruturas de apoio a vítimas. "Os sindicatos são uma plataforma que pode ajudar algumas trabalhadoras. Mas isso significa que têm de estar sindicalizadas", explica. "O nosso interesse é pressionar para que a sociedade portuguesa tenha serviços de apoio a vítimas de assédio sexual."

Da lei existente, Maria José Magalhães apenas diz que não está orientada para o problema do assédio sexual. "É preciso fazer pressão política para mudar a legislação", defende. A presidente da UMAR acredita haver abertura por parte do Governo para discutir o problema, mas admite que não será fácil. "Com este discurso da crise, tudo parece secundário face ao pessimismo", afirma, acrescentando existir "pouco ânimo para propostas positivas".

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Um milhão de dólares devolve vida a famosos,

"Chegou ao fim a campanha "The Digital Life Sacrifice" (O Sacrifício da Vida Digital), iniciada a 1 de Dezembro. Angariado um milhão de dólares, famosos como Jennifer Hudson ou Lady Gaga ressuscitaram.

Após oito dias de morte virtual pela vida das crianças órfãs da Sida, em África e na Índia, a associação "Keep a Child Alive" conseguiu angariar o milhão de dólares que pretendia, como declara uma mensagem no site oficial do movimento.

Na campanha, participaram figuras públicas como Alicia Keys, Lady Gaga, Jennifer Hudson e Justin Timberlake. Todos eles, sem excepção, declararam morte às suas vidas virtuais na Internet, deixando de actualizar os seus perfis no Twitter e Facebook.

A associação "Keep a Child Alive" (Mantém uma criança viva) actua na prevenção e tratamento da Sida em países subdesenvolvidos, usando figuras públicas como modo de sensibilizar a população.

Apesar do sucesso desta campanha, a associação apela que se continue a comprar vidas porque esta é "a única coisa sem a qual não se pode viver".

Adriana Silveira

domingo, 5 de dezembro de 2010

Mais de 15 mil portugueses dispostos a prestar trabalho voluntário,


Nos últimos quatro anos, mais de 15 mil pessoas inscreveram-se na bolsa do voluntariado, uma plataforma on-line que permite “aproximar quem quer dar de quem precisa de receber”.



Segundo a presidente da Entrajuda, instituição que lançou a iniciativa, a bolsa do voluntariado tem o mérito de permitir que as pessoas escolham a sua forma de voluntariado e a área e zona geográfica onde o pretendem desenvolver.

No Dia Internacional do Voluntariado, que hoje se comemora, foi lançado um novo site da bolsa de voluntariado, ao mesmo tempo que se ligou esta ferramenta à rede social Facebook.

“A bolsa tinha de ser modernizada e ligada com novas plataformas, como as redes sociais, abrangendo camadas mais jovens”, justificou Isabel Jonet, presidente da Entrajuda e do Banco Alimentar contra a Fome.

Com o apoio da Portugal Telecom (PT) e da Caixa Geral de Depósitos (CGD), esta bolsa já ajudou mais de 800 instituições sociais que procuram voluntários.

Isabel Jonet faz um apelo ao voluntariado, lembrando que ser voluntário é mais do que trabalhar sem contrapartida financeira: “é uma maneira de viver, é um modo de estar na vida, em que cada um de nós é co-responsável pelos outros”.

E a falta de tempo não é argumento para virar costas ao voluntariado. É possível participar em ações pontuais, como pintar uma instituição ou ajudar a ajardinar uma área para crianças.

Para dar o exemplo, os presidentes das administrações da PT e da CGD inscreveram-se hoje na bolsa do voluntariado, durante a cerimónia de lançamento do novo site.

O presidente da CGD, Faria de Oliveira, disse que estará presente como voluntário assim que for convocado e aproveitou para sublinhar o espírito solidário dos portugueses.

“Num momento particularmente difícil que se atravessa é com muita satisfação que verifico uma resposta notável por parte da sociedade e o seu envolvimento nas questões do voluntariado”, referiu.

Faria de Oliveira traçou como objectivo para 2011 atingir 20 mil horas de voluntariado por parte dos trabalhadores da Caixa.

Também o presidente da PT, Zeinal Bava, relembrou o empenho dos colaboradores da empresa em ações de voluntariado, anunciando que conseguiram no mês passado angariar 12 toneladas de bens para o Banco Alimentar.

“A PT tem uma filosofia de estar presente quando o país precisa e quando instituições como o banco alimentar precisam. A PT tem no seu DNA a parte da sustentabilidade”, declarou.



A minha opinião: Acho muito bem as pessoas ajudarem os mais desfavorecidos, porque eles precisam de nós nesta época do ano, mas também precisam durante o ano inteiro.

Portugal tem meio milhão de voluntários activos,


Portugal tem meio milhão de voluntários activos, em várias áreas, e "muitos outros" - cerca de um milhão - participam em "acções de voluntariado esporádicas", revelou, ao JN, Elza Chambel, presidente do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado (CNPV).

Dados de 2001 apontam a existência, no país, de um milhão e 500 mil voluntários, distribuídos por várias áreas, mas, segundo Elza Chambel, não o serão todos em continuidade. De acordo com a responsável, o voluntariado está presente em, "praticamente, todos os domínios". Da acção social ao apoio a crianças e jovens em associações desportivas, passando pela saúde e pelo apoio a presidiários, entre outros.

Elza Chambel sublinha, também, a existência de voluntariado empresarial, exemplificando com o Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial (GRACE). Mais: entende que "está a haver uma actualização dos domínios do voluntariado", com as pessoas a envolverem-se na cultura, no ambiente ou na defesa dos direitos dos animais, por exemplo.

Hernâni Caniço, presidente da Saúde em Português - Associação de Profissionais de Cuidados de Saúde Primários dos Países de Língua Portuguesa, diz que faltam condições para exercer o voluntariado. O responsável desta Organização Não Governamental (ONG) em prol da saúde e dos direitos humanos nota que há menos voluntários e associa isso a um despacho do Ministério da Saúde (MS) que "proíbe a concessão da comissão gratuita de serviço" aos médicos e enfermeiros que vão em missões humanitárias através de ONG.

"Esta proibição significa que os médicos e os enfermeiros perdem o vencimento. Como é possível dizer-lhes para irem fazer voluntariado para o Haiti ou para o Sri Lanka?", questiona Hernâni Caniço, que afirma ter sido solicitada ao MS uma audiência sobre o assunto, em Maio, que ainda não foi concedida.

Mas o mesmo foi já exposto ao secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho, que, segundo o médico, "foi sensível". O JN tentou ouvir o MS, em tempo útil, sem êxito.

Na óptica de Hernâni Caniço, 2011 promete dificuldades, pelo que "todas as acções de voluntariado são necessárias". Numa altura em que acaba de ser lançado, em Bruxelas, o Ano Europeu das Actividades de Voluntariado que Promovam uma Cidadania Activa - 2011, Elza Chambel lembra que o voluntariado é "muito mais do que uma acção sócio-caritativa": "É a promoção da cidadania."



Um voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de actividades, organizadas ou não, do bem estar social, ou outros campos.

Zé Pedro

Mau tempo deixa 10 mil pessoas sem luz,



Cerca de 10 000 pessoas estão sem eletricidade nas zonas de Leiria, Caldas da Rainha e Torres Novas, na sequência do mau tempo que está a assolar o país.

"Tivemos um pico de 40 000 clientes sem eletricidade à hora do almoço e, neste momento, temos 75 por cento dos clientes já ligados", afirmou Maria Antónia Fonseca, do gabinete de comunicação da EDP Distribuição.

A EDP Distribuição tem "geradores em locais estratégicos em caso de não conseguir fazer a reposição do abastecimento de energia nas próximas horas", acrescentou.

Segundo a responsável, houve "uma situação de mau tempo, não só nesta região, mas noutras do país, como a norte, que foi sobretudo grave ao início da manhã e por volta da hora do almoço".

"Houve muito vento e trovoada, a que sucederam períodos de acalmia", explicou Maria Antónia Fonseca, adiantando que a EDP Distribuição tem "no terreno duas centenas de operacionais" para resolver os problemas decorrentes do mau tempo.

A responsável frisou que "algumas avarias que tinham sido reparadas tiveram de ser novamente alvo de intervenção durante a tarde", o que levou também ao reforço das equipas de intervenção por outras de fora da região.

Maria Antónia Fonseca acrescentou que a situação obrigou a empresa a ativar "o plano de actuação em regime perturbado".

Adriana Silveira

sábado, 4 de dezembro de 2010

Vaticano: todos podem usar preservativos para evitar HIV,


Usar preservativos é um mal menor que transmitir o vírus HIV para um parceiro sexual - mesmo que isso signifique que uma mulher evitou uma possível gravidez, disse o Vaticano hoje, sinalizando uma grande mudança no ensinamento papal, como foi explicitado em comentários do papa Bento XVI no final de semana passado.



O Vaticano tem sido criticado há muito tempo por sua oposição ao uso dos preservativos, principalmente na África, onde a aids é muito espalhada. Mas a mais recente interpretação dos comentários de Bento XVI sobre os preservativos e o HIV significam, essencialmente, que a Igreja Católica Romana reconhece que sua postura de longa data contra o uso dos preservativos como método contraceptivo não justifica colocar a vida de alguém em risco.


"Essa é uma mudança", disse o reverendo James Martin, um jesuíta e escritor. "Ao reconhecer que as camisinhas ajudam a evitar que o vírus HIV se espalhe entre as pessoas nas relações sexuais, o papa mudou completamente a discussão dos católicos sobre o preservativo".


A mudança acontece no dia em que funcionários das Nações Unidas para a Aids informaram que o número de novos casos de infecção pelo HIV caíram significativamente, graças ao uso dos preservativos. Um jornal médico nos Estados Unidos também publicou hoje uma pesquisa que afirma que o uso diário de uma pílula pode evitar que o vírus se espalhe entre homens gays.


No mundo inteiro, 33 milhões de pessoas vivem atualmente com o HIV. Em Serra Leoa, o diretor do Secretariado Nacional da aids prevê que o uso dos preservativos agora irá aumentar, reduzindo o número de infecções. O porta-voz do Vaticano, o reverendo Federico Lombardi, elogiou a "coragem" de Bento XVI em fazer as declarações e confrontar o problema. "Ele fez isso porque acredita que existe uma questão séria e importante no mundo de hoje", disse Lombardi, acrescentando que o papa desejava dar sua visão sobre a necessidade de uma sexualidade mais humanizada e responsável. As informações são da Associated Press.

Crianças portuguesas são as mais pobres,


De 24 países analisados pela UNICEF, Portugal é o que apresenta maior taxa de pobreza das crianças, mesmo após a atribuição de subsídios. Significa isto que os apoios sociais são demasiado pequenos ou o esforço do Estado não será transversal à família dos menores.


Os subsídios estatais de apoio aos menores e às suas famílias, destinados a combater a pobreza infantil em Portugal, não são os suficientes, nem os mais indicados, para inverter a dimensão deste flagelo social. A conclusão consta no estudo da UNICEF "As crianças que ficam para trás", que analisou as desigualdades entre 24 países que integram a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico (OCDE).

Segundo o relatório, que se reporta a dados de 2008, Reino Unido, Irlanda e Hungria até têm a taxa de pobreza infantil mais alta antes da atribuição de apoios sociais. Aí, Portugal surge em quarto lugar. Porém, nesse campo de análise, compara-se o que acontece a esse grau de indigência após a atribuição de subsídios estatais aos menores (abonos) ou às suas famílias (Rendimento Social de Inserção). E o cenário é negro para Portugal: enquanto nos outros três países a pobreza diminui acentuadamente - no caso da Hungria desce mais de dois terços -, por cá, mesmo com apoios, a pobreza infantil baixa apenas um quinto (de 22% para 18%).

Elaborado pelo Centro de Estudos Innocenti, o documento coloca nos lugares cimeiros a Finlândia, os Países Baixos (Holanda) e a Suécia. Aliás, a Finlândia (em 1º lugar) ou a França (em 7º) apresentam uma taxa de pobreza infantil, antes de apoios, tão alta quanto a de Portugal. Mas a eficácia das políticas sociais é substancialmente diferente da de Lisboa.

"As crianças que ficam para trás" - o nome deve-se ao método estatístico usado - aponta a importância de as medidas de protecção social se moldarem à pobreza em geral, ao desemprego e à crise económica. Isto é: para uma família com crianças o apoio tem de ser transversal e não se circunscrever ao menor.

A UNICEF frisa o aumento da percentagem do PIB (Produto Interno Bruto) que os países investem neste combate. Mas, até nesse campo, Portugal sai mal no retrato. Vejamos: cerca de 1,4% no gasto público com as famílias - abaixo deste valor só o Reino Unido. Depois, o Reino Unido é o que mais gasta em subsídios familiares e Portugal ainda desce mais na escala, com 0,8% do PIB.

Algo positivo? Sim. Os meninos portugueses foram os que se queixaram menos de problemas de saúde e os que comeram mais legumes e fruta. Resultado: na área da Saúde, Portugal alcançou o 3º lugar nessa área. No geral, ficou situado no terceiro grupo de países, entre os cinco existentes.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Deficientes contam com um apoio de 254 milhões,







São 254 milhões de euros de financiamento público já atribuídos a projectos de apoio aos deficientes, seja para integração no mercado de trabalho, acessibilidades ou equipamentos. E há 16 mil pessoas envolvidas em acções de orientação e formação profissional.

Na área da deficiência e reabilitação, já foram aprovados 254 milhões de euros à luz do financiamento comunitário, disse, ao JN, Rui Fiolhais, gestor do Programa Operacional Potencial Humano (POPH), que faz um balanço positivo a propósito do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que hoje, sexta-feira, se assinala.
O apoio a pessoas portadoras de deficiência ou incapacidade é uma das vertentes do POPH. Este representa 37% das ajudas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), cuja vigência vai até 2013, e "tem uma taxa de execução de 30%".

Em Portugal, são 572 milhões de euros para "Cidadania, Inclusão e Desenvolvimento Social". Na área da deficiência, os apoios começaram a ter efeito prático no início de 2008. Uma primeira linha consiste na qualificação profissional, com 130 milhões de euros já aprovados e 16213 formandos.

Outra vertente é a da inserção no mercado de trabalho. Neste caso, são 28 milhões de euros e 2853 pessoas a apoiar. Para formação de 7352 técnicos e profissionais de reabilitação, já foram atribuídos 2,2 milhões de euros.

No programa Arquimedes, que visa qualificar as entidades que trabalham com deficientes, são 4,1 milhões para 127 projectos. E o programa Rampa, para as acessibilidades, tem 21 milhões de euros e 126 projectos aprovados.

Em termos de obra, como lares, residências autónomas, apoio domiciliário e centros de actividades, são 69 milhões para 98 projectos. Prevê a criação de quase quatro mil vagas.

Em Portugal, não há estatística actual sobre a população deficiente. O Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência fala em 900 mil pessoas, baseado num inquérito de 1995. Mas os últimos censos, de 2001, só indicam 636 mil. O próximo censo está previsto para 2011.



A minha opinião: Acho muito bem ajudarem os deficientes porque eles são pessoas que passam muita dificuldade hoje em dia.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Reformados em 2011 terão corte de 3,14%


" Quem atingir os 65 anos em 2011 e quiser reformar-se sem penalizações terá de trabalhar entre mais quatro a 10 meses, caso contrário sofrerá um corte de 3,14% na sua pensão. O aumento da esperança de vida dita a penalização dos pensionistas no próximo ano.
Com base nos valores provisórios de óbitos ocorridos em 2010, estimados com base na mortalidade registada nas Conservatórias do Registo Civil até Setembro último, o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou, ontem, que a esperança de vida aos 65 anos é agora de 18,47 anos. Como em 2006 era de 17,89 anos, o factor de sustentabilidade para 2011 corresponde a uma correcção acumulada de 3,14%. Este valor é muito superior ao verificado em anos anteriores (1,65% em 2010 e 1,32% em 2009).

Embora o aumento da esperança de vida para quem tem 65 anos seja uma boa notícia, o lado negro deste dado reside no facto de ser necessário trabalhar mais tempo, para além daquela idade, caso o contribuinte pretenda evitar uma penalização no valor da sua pensão de reforma.

Deste modo, quem tem uma carreira contributiva superior a 40 anos terá que trabalhar mais quatro meses, já que tem uma taxa de bonificação de 1% por cada mês extra de trabalho. O esforço será maior para quem só descontou entre 15 e 24 anos. A taxa de bonificação é, neste caso, de 0,33% por mês, pelo que o contribuinte poderá ter que trabalhar até mais dez meses.
Este é o quarto ano em que se aplica o factor de sustentabilidade, mecanismo previsto na reforma da Segurança Social liderada pelo então ministro do Trabalho Vieira da Silva.

Ora, foi precisamente Vieira da Silva, ainda no tempo em que tutelava a Segurança Social, a criar uma regra de excepção para impedir a descida em 2010 de todas as pensões devido à inflação negativa. Arménio Carlos, da CGTP, disse não acreditar que o Governo volte a repetir a medida de excepção que, desta feita, seria aplicada no contexto do factor de sustentabilidade, afectando um pequeno número de contribuintes (aqueles que vão pedir reforma) e não todo o universo de pensionistas. O JN tentou obter uma reacção do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social, mas tal não foi possível até à hora de fecho desta edição.

Seguindo a actual fórmula de cálculo introduzida em 2007, que prevê que as pensões acompanhem a evolução dos preços, as reformas poderiam ter descido no início deste ano. "

Adriana Silveira