Gangue violento apanhado pela PJ

Disfarçados com capuzes e óculos de sol, seis indivíduos foram capazes de, desde Julho passado, praticar pelo menos oito assaltos que lhes renderam 17 mil euros. Entre os detidos pela PJ do Porto está um instrutor de boxe que foi arguido no processo Noite Branca.
Pelos factos até agora conhecidos das autoridades, o gangue actuava com cuidado na escolha das vítimas. Ao ponto de um mesmo alvo ter sido atacado duas vezes, num mês. Trata-se de um vendedor da firma "Family Frost" que, a 26 de Junho, quando ia entregar o apuro dos seus negócios no BES, em Outeiro, Maia, foi ameaçado com arma de fogo e teve entregar 5300 euros aos assaltantes. Já a 23 de Agosto, o grupo esperou este mesmo vendedor à porta da sua casa, em Vila do Conde, para lhe roubar 2798 euros, também sob ameaça de arma.

A PJ apurou que depois disso o gangue terá obrigado uma senhora de 73 anos a entregar três cordões de ouro. Era uma vizinha de vários assaltantes, residentes no Bairro da Fonte da Moura, Porto.

Um dos indivíduos presos pelos inspectores da PJ, de 44 anos, tem a particularidade de ter sido condenado a uma pena de 24 anos e meio de cadeia, por roubos e furtos. Estava em liberdade condicional desde Junho passado.

Mas o elemento mais conhecido de entre os detidos é Sandro Onofre, de 27 anos, instrutor de boxe e conhecido por ter sido um dos arguidos no processo Noite Branca. Não obstante a sua ligação ao grupo liderado por Bruno "Pidá", acabou por não ser acusado de qualquer crime.

Com violência

O assalto mais lucrativo da carreira do grupo terá acontecido no passado dia 7 de Outubro, na Senhora da Hora, Matosinhos. Depois de agredirem a funcionária da Farmácia Ferreira de Sousa, levaram 7500 euros, bem como um relógio e um cartão de crédito.

No dia seguinte, assaltaram a farmácia Fonte da Moura, na qual, depois de agarrarem a directora pelos cabelos e sob ameaça de arma, levaram mil euros.

Mal sucedido foi o roubo seguinte. No passado dia 12, em Milheirós de Poiares, Santa Maria da Feira, prepararam um assalto à Ourivesaria C. Santos. Mas, como o JN noticiou, a reacção do funcionário e do proprietário, que foram agredidos, travou o crime. Os assaltantes fugiram.

Dia 15, o grupo escolheu atacar o posto da Cepsa da Rua Montes Pipas, Matosinhos, de onde levou 450 euros. E no dia seguinte, da Farmácia Bessa, levou 100 euros da caixa registadora.

O gangue foi ontem levado à presença de juiz no Tribunal de Vila do Conde. Os interrogatórios continuam hoje.